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Doença de Lyme: exames e cuidados necessários

Doença de Lyme
Ainda pouco discutida no Brasil, essa condição merece mais atenção — principalmente em regiões de clima temperado e áreas de mata.

Você sabia que uma simples picada de carrapato pode desencadear uma doença que afeta o corpo inteiro e, se não tratada, pode trazer sérias complicações neurológicas e cardíacas? A doença de Lyme é um exemplo de como algo aparentemente inofensivo pode gerar grandes impactos na saúde. Ainda pouco discutida no Brasil, essa condição merece mais atenção — principalmente em regiões de clima temperado e áreas de mata.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 476 mil pessoas sejam diagnosticadas com doença de Lyme todos os anos nos Estados Unidos. No Brasil, apesar de menos frequente, casos compatíveis com a chamada “síndrome de Baggio-Yoshinari” (uma variante nacional) vêm sendo relatados em diversas regiões. A detecção precoce é o maior desafio, especialmente por causa da diversidade de sintomas e a semelhança com outras doenças infecciosas.

Os primeiros sinais costumam surgir entre 7 e 14 dias após a picada, mas os sintomas podem aparecer até 30 dias depois. Crianças, adolescentes e adultos até 45 anos formam o grupo mais frequentemente afetado. A longo prazo, a condição pode impactar diretamente na qualidade de vida, exigindo alterações de rotina, cuidados constantes e suporte emocional para o paciente e sua família.

Pequenas ações do dia a dia podem fazer uma grande diferença. Desde respeitar os próprios limites físicos até manter uma alimentação balanceada, hidratação adequada e momentos de descanso. Estar bem informado, compreender os sinais do corpo e buscar suporte profissional são atitudes essenciais para lidar com as incertezas da doença de Lyme e promover o bem-estar integral, mesmo diante de um diagnóstico crônico.

Como se manifesta a Doença de Lyme?

A doença de Lyme é causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, transmitida principalmente por carrapatos do gênero Ixodes. O primeiro sinal clássico é uma mancha avermelhada em formato de alvo no local da picada, mas nem todos os pacientes apresentam esse sinal. Com o tempo, a infecção pode evoluir para sintomas como febre, dor nas articulações, cansaço extremo, rigidez muscular e alterações neurológicas.

A infecção passa por três fases:

  1. Fase inicial localizada (com lesão na pele);
  2. Fase disseminada precoce (comprometimento de órgãos);
  3. Fase tardia crônica, com artrite persistente, problemas cardíacos e neurológicos.

O diagnóstico precoce é essencial para evitar que a bactéria se espalhe e cause danos permanentes.

Principais exames diagnósticos e de rotina

A confirmação da doença de Lyme envolve uma combinação de avaliação clínica e exames laboratoriais. Confira Principais exames diagnósticos e por que são importantes

Exame físico

Esse é o primeiro passo no diagnóstico clínico. O médico avalia os sintomas apresentados, analisa o histórico de exposição a áreas com carrapatos e verifica sinais visíveis, como eritema migratório (mancha avermelhada em forma de alvo), que é um indício clássico da doença. É essencial para guiar os próximos exames laboratoriais e evitar diagnósticos incorretos.

Sorologia (ELISA)

O teste ELISA serve para detectar anticorpos produzidos pelo corpo contra a bactéria Borrelia burgdorferi. Ele é o teste inicial mais utilizado por ser simples, acessível e eficaz para triagem. Apesar disso, ele pode apresentar falsos positivos ou falsos negativos em fases muito precoces da infecção, por isso geralmente é seguido de outro exame confirmatório.

Western Blot

Utilizado para confirmar resultados positivos do ELISA, esse exame oferece uma análise mais precisa dos anticorpos específicos contra a bactéria. É considerado o padrão-ouro para o diagnóstico sorológico, reduzindo a chance de erro e aumentando a confiabilidade do resultado final.

PCR (Reação em Cadeia da Polimerase)

Diferente da sorologia, que detecta anticorpos, o exame PCR identifica diretamente o material genético da bactéria. É útil especialmente em fases mais precoces ou em casos atípicos, quando o corpo ainda não produziu anticorpos detectáveis. Também pode ser usado em líquidos corporais como sangue, urina ou líquido cefalorraquidiano, auxiliando no diagnóstico de manifestações neurológicas.

Punção lombar

Indicada quando há sinais neurológicos, como paralisia facial, rigidez no pescoço ou confusão mental. A punção lombar permite a coleta do líquido cefalorraquidiano (LCR), onde podem ser identificados sinais de inflamação, presença da bactéria ou alterações características da neuroborreliose, uma complicação da doença de Lyme.

Exames de imagem (ressonância magnética ou tomografia computadorizada)
São úteis para avaliar danos articulares, musculares ou cerebrais, especialmente nos casos em que a infecção evolui para a fase crônica. Esses exames não detectam a bactéria diretamente, mas ajudam a excluir outras doenças e a verificar complicações associadas, como artrite de Lyme ou encefalite.

Cada exame tem um papel complementar e, juntos, eles formam uma abordagem diagnóstica completa, permitindo ao médico avaliar a gravidade da doença, monitorar respostas ao tratamento e prevenir sequelas. O uso adequado e em sequência lógica desses exames é essencial para um diagnóstico eficaz e um tratamento bem-sucedido da doença de Lyme.

Dicas para conviver com a condição

Conviver com a doença de Lyme pode ser um desafio contínuo, especialmente quando os sintomas persistem mesmo após o tratamento inicial. Muitos pacientes relatam episódios de fadiga, dores articulares e oscilações emocionais por semanas ou até meses. Essa fase é conhecida como síndrome pós-tratamento da doença de Lyme, e requer cuidados específicos para manter a qualidade de vida.

A jornada de convivência com a doença não deve ser solitária. É fundamental que o paciente tenha uma rede de apoio e siga uma rotina adaptada às novas necessidades do corpo e da mente. O autocuidado ganha protagonismo, assim como o acompanhamento multidisciplinar — que pode envolver infectologistas, reumatologistas, psicólogos e fisioterapeutas.

  • Siga corretamente o tratamento com antibióticos receitado.
  • Faça consultas regulares com infectologista e reumatologista.
  • Mantenha uma rotina leve, com pausas e descanso.
  • Hidrate-se bem e mantenha uma alimentação equilibrada.
  • Use repelentes e roupas adequadas ao visitar áreas de mata.
  • Procure apoio psicológico se os sintomas emocionais forem intensos.
  • Informe-se e compartilhe conhecimento com a família.
  • Anote os sintomas e leve esse histórico ao médico.
  • Evite automedicação.
  • Cuide da saúde mental: ansiedade e estresse agravam o quadro.

A doença de Lyme ainda é um desafio na medicina brasileira por sua raridade e semelhança com outras infecções. Contudo, com informação de qualidade, exames corretos e diagnóstico precoce, é possível controlar a evolução da doença e garantir mais qualidade de vida ao paciente.

É importante lembrar que, apesar de rara, essa condição precisa ser levada a sério. A negligência nos sintomas pode levar a complicações graves que afetam o sistema nervoso, as articulações e até o coração. Por isso, nunca ignore um histórico de picada de carrapato, especialmente se surgirem sintomas persistentes.

Cuidar da saúde é também um ato de prevenção. Ao conhecer melhor a doença de Lyme, você se protege, protege sua família e ajuda outras pessoas a se manterem informadas sobre esse tema tão importante.

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