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Câncer no pâncreas: sintomas, exames e tratamentos

Câncer no pâncreas
Um dos tipos de câncer mais silenciosos e agressivos, o câncer de pâncreas exige atenção redobrada para o diagnóstico precoce.

O recente diagnóstico do apresentador Edu Guedes, aos 50 anos, trouxe à tona uma condição ainda pouco falada, mas que apresenta números alarmantes: o câncer de pâncreas. Em suas redes sociais, Edu tranquilizou os seguidores após passar por cirurgia para retirada de um tumor, ressaltando a importância do diagnóstico precoce.

Ele se junta a outros nomes conhecidos que enfrentaram ou enfrentam essa doença, como o fundador da Apple, Steve Jobs, e os atores Patrick Swayze e Alan Rickman. A visibilidade desses casos chama a atenção para a necessidade de investigação médica imediata diante de sintomas persistentes, por mais sutis que pareçam.

Apesar de ser responsável por cerca de 3% dos tumores malignos em todo o mundo, o câncer de pâncreas é o sétimo tipo mais letal, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O principal motivo? A dificuldade em detectá-lo em estágio inicial.

Entenda o papel do pâncreas no corpo humano

O pâncreas é uma glândula de aproximadamente 15 cm de comprimento, localizada no abdômen, atrás do estômago e próxima ao fígado, intestino delgado e vesícula biliar. Ele desempenha funções endócrinas e exócrinas, essenciais para a digestão e para o controle do açúcar no sangue, atuando tanto no sistema digestivo quanto no sistema endócrino.

Funções do pâncreas

1. Função exócrina: digestão dos alimentos

O pâncreas exócrino produz e libera, por meio de ductos, enzimas digestivas que são lançadas no intestino delgado (mais precisamente no duodeno). Essas enzimas ajudam a quebrar os principais nutrientes dos alimentos:

  • Amilase pancreática: digere os carboidratos
  • Lipase pancreática: digere as gorduras
  • Tripsina e quimotripsina: digerem proteínas

Essas enzimas são ativadas no intestino e são fundamentais para que o organismo absorva corretamente os nutrientes essenciais à sobrevivência.

2. Função endócrina: regulação da glicose

O pâncreas também abriga as chamadas Ilhotas de Langerhans, um grupo de células que produzem hormônios diretamente no sangue. Os dois principais são:

  • Insulina: reduz a glicose no sangue, permitindo que ela entre nas células para ser usada como energia.
  • Glucagon: aumenta a glicose no sangue, liberando-a do fígado quando necessário.

Esse equilíbrio entre insulina e glucagon é vital para o metabolismo energético do corpo.

Relação com outros órgãos do corpo

O pâncreas atua em conjunto com diversos órgãos, formando um verdadeiro sistema interdependente:

  • Fígado: armazena e libera glicose, função diretamente controlada pelo glucagon e pela insulina produzidos no pâncreas.
  • Vesícula biliar: libera bile que, junto às enzimas pancreáticas, emulsifica gorduras.
  • Intestino delgado: onde atuam as enzimas digestivas do pâncreas.
  • Estômago: envia alimentos parcialmente digeridos ao duodeno, estimulando a liberação das enzimas pancreáticas.
  • Cérebro: depende da glicose regulada pelo pâncreas como principal fonte de energia.

Por que os danos ao pâncreas são tão perigosos?

Qualquer alteração no funcionamento do pâncreas pode comprometer duas funções vitais: a digestão e o controle da glicose.

Danos exócrinos

Quando o pâncreas deixa de produzir enzimas digestivas em quantidade suficiente (como em casos de pancreatite crônica ou câncer de pâncreas), o corpo perde a capacidade de absorver os nutrientes dos alimentos, levando a:

  • Perda de peso
  • Diarreia crônica
  • Deficiências nutricionais (ex: vitaminas A, D, E e K)
  • Fraqueza e desnutrição

Danos endócrinos

Se a produção de insulina é afetada, como no diabetes pancreatogênico ou após remoção parcial do pâncreas, o paciente pode desenvolver diabetes grave, com dificuldade de controle glicêmico e risco aumentado de:

  • Hipoglicemia
  • Complicações cardiovasculares
  • Danos neurológicos e renais

O que é o câncer de pâncreas?

O câncer de pâncreas ocorre quando células malignas se desenvolvem nos tecidos desse órgão, que é responsável pela produção de insulina e enzimas digestivas. A forma mais comum é o adenocarcinoma ductal pancreático, que começa nos ductos que transportam enzimas digestivas.

Causas e fatores de risco

Não existe uma causa única para o câncer de pâncreas, mas alguns fatores aumentam o risco da doença:

  • Tabagismo
  • Obesidade e sedentarismo
  • Histórico familiar de câncer pancreático
  • Diabetes tipo 2 mal controlado
  • Pancreatite crônica
  • Idade acima de 60 anos
  • Consumo excessivo de álcool

O fator genético também deve ser investigado, especialmente em casos de familiares diretos com histórico da doença.

Sintomas silenciosos e muitas vezes tardios

O câncer de pâncreas, por sua posição profunda e sintomas discretos, geralmente é descoberto em fases avançadas, dificultando o tratamento e comprometendo vários outros órgãos por metástase ou obstrução de estruturas vizinhas, como os ductos biliares.

Entre os sinais mais comuns estão:

  • Dor abdominal que irradia para as costas
  • Icterícia (pele e olhos amarelados)
  • Urina escura e fezes claras
  • Perda de peso repentina e sem explicação
  • Falta de apetite
  • Náuseas e vômitos
  • Fadiga intensa

Exames para diagnóstico do câncer de pâncreas

O diagnóstico precoce é essencial, embora desafiador. Alguns dos principais exames diagnósticos incluem:

1. Ultrassonografia abdominal

É geralmente o exame inicial, utilizado para investigar dores ou alterações na região abdominal.

2. Tomografia computadorizada (TC)

Fornece imagens detalhadas do pâncreas e permite avaliar a presença e extensão de tumores.

3. Ressonância magnética (RM) e colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM)

Auxilia na visualização de ductos biliares e pancreáticos, sendo útil para planejamento cirúrgico.

4. Endoscopia com ultrassom (ecoendoscopia)

A endoscopia com utrassom, também chamada ecoendoscopia, permite a visualização direta do pâncreas e a coleta de material (biópsia) para análise laboratorial.

5. Exames de sangue

O marcador tumoral CA 19-9 pode estar elevado em alguns casos, auxiliando no monitoramento da doença, embora não seja suficiente para diagnóstico isolado.

Taxas de cura e sobrevida

O câncer de pâncreas está entre os tipos mais agressivos. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a taxa de sobrevida em cinco anos é de cerca de 10%, podendo variar conforme o estágio em que a doença é detectada.

Quando diagnosticado precocemente e tratado com cirurgia, essa taxa pode subir para 30% ou mais. No entanto, apenas 10 a 20% dos pacientes apresentam tumor ressecável no momento do diagnóstico.

Exames complementares para acompanhamento

Após o tratamento inicial, o acompanhamento é essencial para verificar possíveis recidivas. Os exames mais usados são:

Opções de tratamento

O tratamento varia conforme o estágio da doença e as condições clínicas do paciente. Entre os principais tratamentos estão:

1. Cirurgia

A duodenopancreatectomia (cirurgia de Whipple) é o procedimento mais comum quando o tumor está localizado e ressecável.

2. Quimioterapia

A quimioterapia pode ser usada antes da cirurgia (neoadjuvante), após (adjuvante), ou como tratamento paliativo em casos avançados.

3. Radioterapia

A radioterapia é indicada para controle da dor ou em combinação com a quimioterapia em alguns casos.

4. Terapias-alvo e imunoterapia

Ainda em fase experimental para esse tipo de câncer, mas com avanços promissores em centros de pesquisa.

Convivendo com o câncer de pâncreas

O diagnóstico impacta profundamente a rotina do paciente e da família. Acompanhamento nutricional, suporte psicológico e controle da dor são partes importantes do cuidado integral. Participar de grupos de apoio e manter uma rede de afeto também são fundamentais para lidar com o tratamento.

Apesar do câncer de pâncreas ser uma das neoplasias mais agressivas, o diagnóstico precoce pode salvar vidas. Por isso, é importante ouvir os sinais do corpo, manter hábitos saudáveis e realizar exames de rotina, especialmente em casos de histórico familiar ou fatores de risco.

Com os avanços da medicina diagnóstica e terapêutica, aumentam as chances de controle e até cura, mas o tempo é determinante.

Se você tem sintomas persistentes ou histórico familiar da doença, procure um especialista e converse sobre a possibilidade de realizar exames específicos. A sua saúde merece atenção.

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