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Anemia e cansaço excessivo: como o hemograma identifica deficiências nutricionais?

Anemia e cansaço excessivo: como o hemograma pode identificar deficiências nutricionais?
Descubra como esse exame pode identificar deficiências nutricionais e ajudar no seu bem-estar

A anemia é uma condição caracterizada pela redução dos glóbulos vermelhos ou da hemoglobina no sangue, comprometendo o transporte de oxigênio para os tecidos. Esse quadro pode ser causado por diversos fatores, como deficiências nutricionais – especialmente de ferro, vitamina B12 e ácido fólico – perdas sanguíneas constantes, doenças crônicas e distúrbios na medula óssea.

Os sintomas variam conforme a gravidade da anemia, mas além da fadiga intensa, outros sinais incluem palidez, falta de concentração, tonturas, falta de ar, palpitações e unhas quebradiças, afetando diretamente a qualidade de vida do indivíduo.

Se não tratada, a anemia pode levar a complicações mais graves, como doenças cardiovasculares, redução da imunidade, problemas neurológicos e até impactos no desenvolvimento cognitivo e motor em crianças. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar agravamentos e garantir o bem-estar do paciente.

O que é o hemograma?

O hemograma é um exame essencial na identificação da anemia e na investigação de suas causas. A partir dos parâmetros avaliados, como a contagem de hemácias, níveis de hemoglobina e índices hematimétricos, é possível detectar alterações que indicam deficiências nutricionais.

Com essa análise detalhada, os médicos podem recomendar ajustes na alimentação e, quando necessário, a suplementação específica para corrigir os desequilíbrios e restaurar a saúde do paciente.

O hemograma pode fornecer pistas sobre doenças associadas, como infecções crônicas, problemas autoimunes e distúrbios da medula óssea.

O papel do hemograma na detecção da anemia

O hemograma também fornece informações fundamentais para identificar a anemia e suas possíveis causas. A análise dos glóbulos vermelhos e da hemoglobina permite classificar o tipo de anemia e direcionar o tratamento adequado.

Além disso, o exame de sangue pode indicar se há necessidade de investigações complementares para determinar outras possíveis condições de saúde relacionadas.

  • Hemoglobina e hematócrito: São os primeiros indicadores avaliados para diagnosticar a anemia. Níveis reduzidos indicam comprometimento no transporte de oxigênio.
  • Volume corpuscular médio (VCM): Determina o tamanho das hemácias, auxiliando na diferenciação entre anemias microcíticas, normocíticas e macrocíticas.
  • Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM): Avalia a coloração das hemácias, sugerindo deficiência de ferro quando reduzida.
  • Contagem de reticulócitos: Mede a produção de novos glóbulos vermelhos pela medula óssea, indicando se há resposta adequada à anemia.
  • RDW (Red Cell Distribution Width): Indica a variação no tamanho das hemácias, ajudando a diferenciar entre tipos de anemia e suas possíveis causas.
  • Ferritina e ferro sérico: Analisam os estoques de ferro no organismo, sendo essenciais para confirmar uma anemia ferropriva.
  • Vitamina B12 e ácido fólico: Exames adicionais para avaliar deficiências nutricionais que causam anemia megaloblástica.

Deficiências nutricionais mais comuns associadas à anemia

A anemia pode ser causada por diferentes deficiências nutricionais, sendo essencial identificar a origem do problema para um tratamento eficaz. Quando não tratadas adequadamente, essas deficiências podem levar a complicações mais graves, como danos neurológicos e prejuízos ao sistema imunológico.

  • Ferro: Fundamental para a síntese da hemoglobina, sua deficiência leva à anemia ferropriva, caracterizada por fadiga, fraqueza e queda de cabelo.
  • Vitamina B12: Essencial para a formação dos glóbulos vermelhos, sua carência pode resultar em anemia megaloblástica, causando formigamento nas extremidades e alterações neurológicas.
  • Ácido fólico: Importante na produção celular, sua deficiência também pode levar à anemia megaloblástica, afetando a divisão celular e a oxigenação dos tecidos.
  • Proteínas e cobre: Embora menos comuns, a deficiência desses nutrientes pode influenciar a formação dos glóbulos vermelhos e comprometer a absorção de ferro no organismo.
  • Zinco e vitamina A: Contribuem para a produção e maturação das células sanguíneas, sendo essenciais para a regulação dos níveis de hemoglobina.

Como prevenir e tratar a anemia nutricional

A prevenção da anemia nutricional depende de uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes essenciais.

A ingestão adequada de ferro, vitamina B12 e ácido fólico é fundamental para manter a produção saudável de glóbulos vermelhos e evitar quadros de cansaço excessivo.

Outro ponto importante é a hidratação adequada e a prática de exercícios físicos moderados podem contribuir para a melhora da circulação sanguínea e da absorção de nutrientes.

  • Fontes de ferro: Carnes vermelhas, feijão, lentilhas, vegetais de folhas escuras e alimentos fortificados.
  • Fontes de vitamina B12: Alimentos de origem animal, como carne, ovos, leite e derivados.
  • Fontes de ácido fólico: Verduras de folhas verdes, frutas cítricas, leguminosas e cereais integrais.
  • Fontes de vitamina C: Essencial para a melhor absorção do ferro, presente em frutas como laranja, acerola, kiwi e morango.
  • Fontes de zinco e cobre: Frutos do mar, nozes, sementes e grãos integrais.

Além da alimentação, a suplementação pode ser indicada por um profissional de saúde quando há deficiências diagnosticadas pelo hemograma.

O acompanhamento médico é essencial para garantir a recuperação e evitar complicações relacionadas à anemia e ao cansaço excessivo. Em alguns casos, alterações no estilo de vida, como evitar o consumo excessivo de cafeína e bebidas alcoólicas, podem contribuir para a melhor absorção de nutrientes e reduzir o risco de recorrência da anemia.

Pessoas com dietas restritivas, como vegetarianos estritos, devem ter acompanhamento para garantir a ingestão adequada de ferro e vitamina B12.

Impactos da anemia na qualidade de vida

A anemia não afeta apenas os aspectos físicos da saúde, mas também pode comprometer o desempenho cognitivo e emocional dos indivíduos.

A fadiga constante e a dificuldade de concentração podem prejudicar a produtividade no trabalho e nos estudos, bem como  reduzir a disposição para atividades diárias e sociais.

Casos mais graves de anemia podem levar a complicações cardíacas, como arritmias e insuficiência cardíaca, devido ao esforço extra do coração para suprir a falta de oxigênio no organismo.

A anemia pode ainda enfraquecer o sistema imunológico, aumentando a suscetibilidade a infecções. Crianças com deficiência de ferro, por exemplo, podem apresentar dificuldades de aprendizado, menor desenvolvimento cognitivo e o baixo desenvolvimento psicomotor.

Gestantes anêmicas correm um risco maior de complicações na gravidez, como parto prematuro e baixo peso do bebê ao nascer.

Portanto, é fundamental que qualquer sinal de cansaço excessivo e outros sintomas da anemia sejam investigados precocemente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem evitar complicações e garantir uma melhor qualidade de vida.

A realização periódica do hemograma, aliada a uma alimentação equilibrada e ao acompanhamento médico, é a melhor estratégia para manter a saúde em dia e prevenir deficiências nutricionais associadas à anemia.


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