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Como a televisão pode influenciar no sono dos idosos

Como a televisão pode influenciar no sono dos idosos
Este artigo oferece informações e dicas importantes para que os idosos possam desfrutar das tecnologias modernas de forma segura e saudável.

Entre os diversos fatores que podem afetar a qualidade do sono dos idosos, a televisão surge como um influenciador significativo.

Em um mundo cada vez mais conectado e dominado por telas, é comum encontrarmos pessoas de todas as idades passando horas a fio diante de televisões, computadores e smartphones. Esse comportamento, no entanto, pode ter implicações significativas na saúde, especialmente entre os idosos.

Estudos recentes, incluindo uma revisão feita pela Universidade de Bristol, na Inglaterra, apontam que longos períodos em frente à tela não só afetam a qualidade do sono dos mais velhos, como também podem aumentar o risco de problemas graves de saúde. 

O relatório da Universidade de Bristol revelou que idosos que passam mais de quatro horas por dia assistindo TV têm um risco 35% maior de desenvolver trombos — coágulos no sangue que podem bloquear vasos vitais, como nas pernas, pulmões ou até mesmo no cérebro. Isso destaca a necessidade de uma abordagem mais ativa em relação ao tempo de tela, sugerindo que levantar-se e movimentar-se a cada meia hora pode ser uma estratégia vital para mitigar esses riscos.

Por essa razão é de grande importância compreender como o uso prolongado de telas pode afetar a saúde geral e o bem-estar dos idosos. Isso inclui reconhecer os impactos potenciais no sono, uma parte essencial do nosso dia que influencia desde o nosso humor até nossa capacidade de funcionar eficazmente.

Neste artigo, vamos explorar como o hábito de assistir televisão pode impactar o sono dos idosos e como você pode fazer para que sua festa do sono continue vibrante e você durma como um bebê!

Mas afinal, por que os idosos não sentem sono à noite?

Imagine se a melatonina fosse uma festa que começa com tudo na infância — o DJ está no auge, a pista de dança está cheia, e a energia é elétrica. Mas conforme o tempo passa, a festa vai perdendo o ritmo. Quando chegamos à “melhor idade”, parece que o DJ já está meio cansado e tocando músicas mais lentas.

Esse DJ, na nossa história, é a melatonina — o hormônio que diz ao nosso corpo: “Hora de desligar e ir dormir!” Quando somos crianças, nosso corpo produz melatonina como se não houvesse amanhã, facilitando longos e profundos períodos de sono. Mas, à medida que envelhecemos, a produção de melatonina diminui bastante. Por exemplo, um jovem adulto de 20 anos tem um nível de melatonina que é o dobro do que uma pessoa de 60 anos tem. É como se o volume da música baixasse gradativamente com o tempo.

Isso significa que nossos amigos mais velhos têm um desafio maior para pegar no sono e tendem a acordar mais vezes durante a noite (ou até mesmo madrugarem na frente da TV). Não é que eles não queiram dormir; é que o corpo deles não está enviando sinais tão fortes de que é hora de dormir. Como resultado, o sono pode ser mais leve e fragmentado, misturando cochilos diurnos com algumas horas de sono noturno.

Além disso, a partir dos 40 anos, o DJ animador dessa festa, ou seja, a capacidade de produzir melatonina, já não é mais o mesmo, e isso afeta o ritmo do nosso ciclo de temperatura corpórea e do ciclo de sono e vigília. Essa mudança pode fazer com que alguns idosos tenham um padrão de sono de 6 a 7 horas por dia, distribuídas entre sonecas e um sono noturno mais curto.

É como se, ao longo da vida, passássemos de festas de arromba que duram a noite toda para um chazinho da tarde com direito a uma soneca no sofá. E quando esses padrões de sono começam a interferir no dia a dia, pode ser uma boa ideia consultar um médico para ver se o DJ interno precisa de um ajuste ou se há algo mais que possa ser feito para melhorar a festa do sono.

A relação entre televisão e sono

A televisão é uma forma popular de entretenimento para muitos idosos, servindo como uma companhia constante e uma janela para o mundo. No entanto, o tempo passado em frente à tela, especialmente à noite, pode ter efeitos adversos na qualidade do sono. Estudos sugerem que a luz azul emitida por telas de televisão pode interferir na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. Isso pode resultar em dificuldades para iniciar o sono ou em despertares frequentes durante a noite.

A questão do conteúdo televisivo

Não é apenas a luz da tela que pode perturbar o sono; o conteúdo assistido também tem um papel significativo. Programas que são emocionalmente estimulantes ou estressantes, como noticiários tensos ou dramas intensos, podem aumentar a ansiedade ou a excitação mental, tornando mais difícil para os idosos relaxarem e adormecerem após desligarem a televisão.

A influência do horário

O horário em que os idosos escolhem assistir televisão é igualmente importante. Assistir televisão até tarde da noite pode desencadear um ciclo de sono/vigília desregulado, especialmente se eles permanecem expostos à luz da tela até momentos antes de tentarem dormir. Estabelecer uma rotina noturna que limite o uso da televisão antes de dormir pode ajudar a melhorar a higiene do sono.

Sugestões para um sono melhor

Para os idosos que desejam assistir televisão sem prejudicar o sono, algumas mudanças de hábitos podem ser benéficas:

  1. Limitar o tempo de tela à noite: Evitar a exposição à luz azul emitida pelas telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  2. Escolher conteúdo leve: Optar por programas mais calmos ou positivos à noite pode ajudar a manter a mente tranquila.
  3. Regular o ambiente: Manter o ambiente de visualização confortável, com iluminação suave e sem ruídos perturbadores, pode facilitar a transição para o sono.
  4. Estabelecer uma rotina: Criar um ritual noturno consistente que envolva atividades relaxantes, como ler ou ouvir música suave, pode melhorar a qualidade do sono.

Hábitos simples como tomar um banho morno relaxante, diminuir as luzes do quarto e reservar os momentos anteriores ao sono a uma leitura leve também podem contribuir para deixar nosso DJ ativo e produzir a melatonina que tanto precisamos (idosos ou não). Porém, há uma coisa que é fundamental para que essa festa não se acabe: a prática de exercícios regulares.


Atividades físicas regulares e de baixo impacto podem ser verdadeiros “afinadores” para o nosso DJ interno, a melatonina, especialmente para os idosos. Vejamos como o exercício físico pode ajudar a sintonizar melhor a produção desse hormônio é decisiva para o sono e, assim, melhorar a qualidade do descanso noturno.

Atividades físicas como estimulantes da melatonina

O exercício regular atua em várias frentes para melhorar o sono:

  1. Melhora a regulação dos ritmos circadianos: Exercitar-se, especialmente se feito ao ar livre durante o dia, pode ajudar a sincronizar o relógio biológico dos idosos com o ciclo natural de luz e escuridão. A luz solar direta durante o dia estimula a produção de serotonina, que é o precursor da melatonina. Assim, ao anoitecer, o corpo já tem uma “reserva” de serotonina pronta para ser convertida em melatonina, facilitando o início do sono.
  2. Aumento da temperatura corporal: Durante o exercício, a temperatura do corpo aumenta e, algumas horas depois, diminui. Essa queda na temperatura corporal pode promover a indução do sono, sinalizando para o corpo que é hora de descansar. Esse efeito é similar ao que acontece naturalmente à noite, quando a temperatura do corpo cai e sinaliza a hora de dormir.
  3. Redução do estresse e ansiedade: Atividades físicas, como caminhadas, natação, yoga ou tai chi, são eficazes na redução do estresse e da ansiedade, que são comuns entre os idosos e podem ser grandes inimigos de uma boa noite de sono. Ao reduzir esses níveis de estresse, o exercício ajuda a criar um ambiente interno mais propício para a produção de melatonina.
  4. Melhora na qualidade do sono: Com o avanço da idade, a arquitetura do sono muda, e os idosos muitas vezes experimentam um sono mais fragmentado e menos profundo. O exercício físico pode aumentar a proporção do sono profundo, ajudando a compensar essas mudanças e promovendo um sono mais restaurador.

Ou seja, para os idosos, incorporar atividades físicas de baixo impacto na rotina diária pode não apenas trazer benefícios físicos gerais, mas também afinar a produção de melatonina, proporcionando um sono mais tranquilo e reparador. É como dar ao DJ interno os melhores discos para tocar à noite, garantindo que a festa do sono seja tanto rejuvenescedora quanto relaxante. Assim, exercícios regulares e adequados à idade podem ser uma solução natural e eficaz para os desafios do sono na terceira idade.

5 principais exames para aferir a qualidade do sono dos idosos

1. Polissonografia

O que é: A polissonografia é um exame completo que monitora diversas funções fisiológicas durante o sono, sendo o padrão-ouro para diagnóstico de distúrbios do sono, como apneia, insônia e movimentos periódicos dos membros.
Como funciona: Durante o sono, o paciente é monitorado com sensores que captam dados como atividade cerebral (EEG), movimentos oculares, frequência cardíaca, respiração, ronco e movimentos corporais.
Onde é realizado: Em laboratório do sono ou, em versões mais simples, em casa com equipamentos portáteis.
Indicações: Ideal para idosos com roncos altos, pausas respiratórias durante o sono, sonolência diurna, insônia crônica ou suspeita de distúrbios respiratórios do sono.

2. Actigrafia

O que é: Exame realizado com um dispositivo semelhante a um relógio de pulso que monitora os movimentos ao longo de dias ou semanas, avaliando o padrão sono-vigília.
Como funciona: paciente utiliza o aparelho continuamente, e os dados de movimentação ajudam a estimar horários de sono e vigília, útil para detectar distúrbios do ritmo circadiano.
Onde é realizado: Em casa, com acompanhamento de equipe médica.
Indicações: Indicado para avaliação de insônia, jet lag social, distúrbios de fase do sono e alterações de rotina comuns na terceira idade.

3. Teste das Múltiplas Latências do Sono (TMLS)

O que é: Avalia o grau de sonolência diurna, medindo o tempo que o paciente leva para adormecer em diferentes momentos do dia.
Como funciona: Após uma noite de polissonografia, o paciente é submetido a cochilos programados durante o dia, enquanto sensores avaliam a latência do sono e a presença de sono REM.
Onde é realizado: Em laboratório do sono.
Indicações: Usado em casos de sonolência excessiva, suspeita de narcolepsia ou distúrbios do sono REM.

4. EEG com fotoestimulação e registros noturnos

O que é: Eletroencefalograma com estímulos visuais ou realizado durante o sono para detectar alterações na atividade elétrica cerebral.
Como funciona: Eletrodos são fixados no couro cabeludo para registrar a atividade cerebral. Pode ser associado ao sono natural ou induzido.
Onde é realizado: Em clínicas de neurologia ou hospitais.
Indicações: Recomendado quando há suspeita de parassonias (como sonambulismo, terror noturno), epilepsia noturna ou alterações comportamentais durante o sono.

5. Oximetria Noturna

O que é: Avaliação simples que monitora os níveis de oxigênio no sangue durante o sono.
Como funciona: Um oxímetro é colocado no dedo do paciente enquanto ele dorme, registrando possíveis quedas na saturação, o que pode indicar apneia.
Onde é realizado: Em casa, com equipamento portátil, ou em ambiente hospitalar.
Indicações: Triagem para apneia obstrutiva do sono em idosos com limitações para polissonografia ou como exame inicial de avaliação respiratória noturna.

Embora a televisão possa ser uma fonte valiosa de entretenimento e informação para os idosos, é essencial reconhecer e moderar seus efeitos no sono. Com ajustes conscientes nos hábitos de visualização e no ambiente, os idosos podem desfrutar dos seus programas favoritos sem comprometer uma noite de descanso reparadora. Assim, eles podem melhorar significativamente sua qualidade de vida, combinando entretenimento com saúde.

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