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Dengue hemorrágica: sintomas, causas e possíveis tratamentos

Dengue Hemorrágica: sintomas, causas e possíveis tratamentos
A doença é um agravamento da Dengue, gerando perda de sangue e risco de vida.

A Dengue é uma das principais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, responsável também pela transmissão de outros vírus como: Chikungunya, a Zika e a febre amarela urbana.  

O vírus responsável pela dengue se manifesta em quatro variantes, conhecidas como DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Tais vírus são igualmente classificados como arbovírus, ou seja, são regularmente transmitidos por meio de insetos vetores, predominantemente mosquitos

a Dengue hemorrágica, se trata de uma enfermidade aguda febril de natureza infecciosa, originada por um vírus pertencente à família Flaviviridae, que se enquadra na categoria dos Flavivírus.  Ela também chamada de Dengue grave, é sua variante mais preocupante pois trata-se de um adensamento da doença, trazendo um quadro hemorrágico grave que pode ser fatal. 

Para que você possa identificar os sintomas e entender quais são os sintomas, os melhores tipos de tratamento e reconhecer os pontos de contágio mais favoráveis à essa doença vamos listar algumas dicas de prevenção e tratamento para sua proteção e de sua família.

O que é a dengue Hemorrágica e qual a diferença em relação a dengue comum? 

A Dengue é uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave, dependendo de alguns fatores, entre eles: o vírus envolvido, infecção anterior pelo vírus da dengue e fatores individuais como doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme).

A dengue hemorrágica é uma complicação séria da infecção pelo vírus da dengue. Caracteriza-se por sintomas iniciais semelhantes à dengue comum, como febre, dores musculares e articulares. No entanto, após alguns dias, a condição pode se agravar, levando a sangramentos internos, queda acentuada nas plaquetas sanguíneas e instabilidade circulatória. Isso pode resultar em choque hemorrágico e até mesmo risco de morte.

Como o vírus da dengue é transmitido? 

No território brasileiro, a transmissão dos vírus da dengue ocorre através da fêmea do mosquito Aedes aegypti, que atua como vetor quando está contaminado pelos próprios vírus. 

Esse cenário pode levar tanto à apresentação tradicional dos sintomas da doença, quanto à variante hemorrágica da enfermidade. 

Países com maior quantidade de casos de dengue: Bolívia, Peru e Brasil

Somente no Brasil, durante o 1° semestre de 2023, foram registrados mais de 2,3 milhões de novos casos da doença. Esse número corresponde a um aumento de mais de 70% em comparação com a média dos últimos cinco anos. 

A OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde informa que, só esse ano, mais de 800 pessoas já morreram pela dengue no Brasil. 

A instituição aponta ainda que além do ciclo natural da doença outros fatores como: falhas nas políticas de enfrentamento do vírus, as inúmeras mudanças climáticas e os fenômenos naturais como o El Niño – fazendo com que o clima fique mais quente – acabam interferindo, e muito, nos números das vítimas.

Quais os principais sintomas da dengue hemorrágica e como diferenciar dos sintomas da dengue comum?

À princípio, os sintomas presentes na dengue hemorrágica são os mesmos encontrados em casos de dengue comum. São eles:

  • Febre alta (acima de 38°C): seu surgimento se dá de maneira repentina e sua duração varia entre dois e sete dias;
  • Dores de cabeça agudas; 
  • Dores nas juntas (sintoma marcante em todas as variantes da doença);
  • Dores na região traseira dos olhos;
  • Abatimento;
  • Esgotamento excessivo;
  • Náuseas e vómitos;

E, depois do terceiro dia de infecção, logo após uma diminuição da febre, o estado mais grave da dengue se manifesta com os seguintes novos sintomas:

  • Manchas avermelhadas na pele;
  • Gengivas e nariz sangrando constantemente;
  • Dores abdominais intensas; 
  • Vômitos insistentes;
  • Sangue saindo pela urina;
  • Insuficiência respiratória;
  •  E confusões mentais (podendo afetar a orientação, a atenção, a memória e, até mesmo, a fala).

Estes sintomas se intensificam devido a uma inflamação exacerbada no corpo humano provocando uma alteração nos padrões de coagulação, ocasionando, desta forma, a hemorragia e a perda constante de fluidos. 

Como são feitos os diagnósticos da dengue hemorrágica?

Assim como na dengue clássica, os diagnósticos são feitos através da observação clínica e o apoio de exames.  

Alguns dos exames requeridos são: 

Hemograma completo

O exame mais importante para a verificação da quantidade de plaquetas existentes no sangue e também fornecer informações determinantes de possíveis evoluções da doença. 

O hemograma completo é um exame de sangue que avalia a quantidade e a qualidade dos componentes sanguíneos, como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Na monitorização da evolução de um caso de dengue, o hemograma completo desempenha um papel relevante ao fornecer informações sobre a resposta do sistema imunológico do paciente à infecção viral.

Durante uma infecção por dengue, o vírus pode afetar a produção de células sanguíneas e causar alterações no perfil hematológico. Algumas das mudanças observadas incluem:

  • Contagem de Plaquetas: A dengue é frequentemente associada a uma redução na contagem de plaquetas (trombocitopenia), o que pode levar a problemas de coagulação e aumento do risco de sangramento.
  • Leucócitos: Pode ocorrer uma diminuição dos glóbulos brancos (leucopenia), que são parte fundamental do sistema imunológico. Isso reflete a supressão temporária da resposta imune, o que pode facilitar a replicação do vírus.
  • Hematócrito: Pode haver elevação do hematócrito devido à perda de fluidos para fora dos vasos sanguíneos, uma característica da dengue hemorrágica.
  • Hemoglobina: O nível de hemoglobina também pode estar alterado, o que pode indicar anemia relacionada à doença.
  • Outras Características: Demais mudanças na morfologia das células sanguíneas podem ser observadas.

O acompanhamento regular do hemograma completo auxilia os profissionais de saúde a monitorar a progressão da doença, identificar complicações e determinar a necessidade de intervenções médicas específicas, como reposição de líquidos, controle de sangramento ou outras abordagens terapêuticas. 

Portanto, o hemograma completo desempenha um papel relevante na avaliação clínica e no manejo de pacientes com dengue, contribuindo para uma abordagem mais eficaz e personalizada no tratamento.

Pesquisa de antígeno e anticorpos 

Os antígenos estão intimamente ligados aos anticorpos e são os principais responsáveis por promover uma resposta por parte do sistema imunológico. O exame de antígenos e anticorpos para dengue é uma abordagem diagnóstica que busca detectar componentes específicos relacionados ao vírus da dengue no sangue do paciente.

  • Exame de Antígenos: Este teste visa identificar a presença do antígeno NS1 (proteína não estrutural 1) do vírus da dengue no sangue. A detecção do NS1 é uma indicação de infecção aguda e pode ser realizada nos primeiros dias após o início dos sintomas. A presença do antígeno NS1 é um indicador direto da replicação viral ativa no corpo do paciente.
  • Exame de Anticorpos: Este tipo de exame busca identificar a presença de anticorpos específicos produzidos pelo sistema imunológico em resposta à infecção pelo vírus da dengue. Existem dois principais tipos de anticorpos testados:
  • IgM: A detecção de anticorpos IgM é indicativa de uma infecção recente ou em andamento.
  • IgG: A presença de anticorpos IgG pode indicar uma infecção prévia ou atual, dependendo dos níveis e da evolução ao longo do tempo.

Esses exames desempenham um papel importante no diagnóstico da dengue, permitindo aos profissionais de saúde determinar se uma pessoa foi exposta ao vírus, se está atualmente infectada ou se já teve a doença no passado. A combinação dos resultados dos exames de antígenos e anticorpos ajuda a orientar o tratamento adequado.

Painel Viral 

Responsável pela detecção da presença de material genético invasor do vírus Aedes Aegypti. O painel viral é composto de diversos testes, tais como Testes de PCR (Reação em cadeia da polimerase), teste de antígenos, testes sorológicos e o teste de plaquetas.

Sorologia  

Este exame permite identificar se o paciente em questão possui anticorpos contra o vírus. A dengue é causada por quatro sorotipos diferentes do vírus, conhecidos como DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Quando alguém é infectado por um desses sorotipos, seu corpo produz anticorpos direcionados a esse sorotipo específico. 

O exame de tipagem sorológica da dengue analisa o sangue do paciente em busca desses anticorpos e determina qual sorotipo da dengue provocou a resposta imunológica.

Tipagem do vírus 

O exame de tipagem sorológica da dengue é um teste laboratorial utilizado para identificar a presença de anticorpos específicos produzidos pelo sistema imunológico em resposta à infecção pelo vírus da dengue, ou seja, uma abordagem que permite determinar o sorotipo do vírus da dengue ao qual uma pessoa foi exposta. 

Quais as causas da dengue hemorrágica?

A principal causa que possibilita o desenvolvimento da dengue hemorrágica é a reação exagerada do sistema imunológico da pessoa na presença do vírus. Por isso mesmo que, pessoas que contraíram a doença uma vez se tornam mais suscetíveis à dengue hemorrágica. 

Independentemente do sorotipo do vírus (seja DEN-1, DEN-2, DEN-3 ou DEN-4) a dengue hemorrágica pode se manifestar. Entretanto, sabe-se hoje que os casos de dengue do tipo DEN-2 possuem um risco maior de surgimento dessa fatal variante. 

Como devo tratar a dengue hemorrágica?

A dengue hemorrágica pode ser tratada e até mesmo curada mesmo sendo uma doença altamente perigosa. Porém, é necessário que seu tratamento se inicie assim que os sintomas forem encontrados para que os possíveis riscos possam ser evitados.

Seu tratamento não possui grandes mistérios: o paciente deverá ficar internado, manter-se hidratado através da aplicação direta de soro na veia e uma monitoração constante das condições de saúde do enfermo. 

Em casos mais sérios, também serão necessários o uso de oxigênio e transfusões de sangue em pacientes que sofreram muito com as hemorragias (já que uma das principais complicações da doença é a plaquetopenia – um nível de plaquetas no sangue extremamente baixo).

Como evitar a dengue hemorrágica?

Os cuidados para evitar a dengue hemorrágica são os mesmos indicados para evitar a proliferação do mosquito da dengue.  

Eliminar pontos de proliferação de mosquito 

Outra maneira eficiente de se prevenir contra o vírus da dengue é eliminar quaisquer pontos de criadouros do Aedes Aegypti

Ao evitar que latas, garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas e tantos outros objetos que possam reter a água da chuva fiquem expostos, todos estaremos contribuindo para que o mosquito da dengue não ponha seus ovos na água e comece ali a sua epidemia. 

Faça uso de repelentes 

O uso de repelentes pode ser uma ótima alternativa para evitar a picada do mosquito.  Se os sintomas da dengue forem encontrados em você não deixe de utilizar o repelente pois, assim, estará evitando de se tornar um potencial transmissor do vírus também.

Melhores condições de tratamento da água e do esgoto

Como o mosquito Aedes Aegypt se prolifera com maior intensidade em ambientes escuros e com água limpa, é essencial que haja um programa de saneamento básico constante, em que pese a manutenção de sistemas de abastecimento de água e de tratamento de esgoto urbano. 

Observe a rede pluvial e a rede de esgoto

Durante os períodos de chuvas intensas no verão, o acúmulo de folhas e detritos naturais nas telhas e calhas se torna maior. É importante assegurar que a água da chuva proveniente da sua propriedade esteja corretamente encaminhada para o sistema de drenagem pluvial, de forma a mantê-la separada da rede de esgoto. Essa medida tanto evita bloqueios como também contribui para evitar a água limpa parada.

Existe vacina para a dengue?

A Farmacêutica Takeda desenvolveu uma vacina tetravalente atenuada chamada Qdenga. Ela age na prevenção contra todos os quatro tipos de dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4 e foi produzida com base na tecnologia de DNA recombinante.

Dessa maneira, ela induz uma ação similar àquela gerada pela infecção natural, porém sem causar a doença. 

Vale lembrar que essa vacina foi aprovada pela Anvisa em março deste ano e é recomendada para pessoas entre quatro e sessenta anos de idade, mas não pode ser encontrada nas unidades do Sistema Único de Saúde

Saiba mais: Proteja a sua família contra a Dengue! Vacine-se no CDB. 

Conforme demonstrado neste artigo, todos os anos, muitas pessoas são afetadas por essa doença endêmica no Brasil, que acarreta risco de hospitalização e morte. Com a implementação de medidas preventivas, tanto no âmbito público quanto privado, além da vacinação e dos cuidados diários, num futuro próximo pode ser possível a erradicação da dengue. 

Conheça a CDB Medicina Diagnóstica

A CDB Medicina Diagnóstica  é uma empresa do grupo Alliança que possui laboratórios e centros de diagnósticos em várias localidades do Brasil. Com a CDB, você pode ter acesso a uma gama de procedimentos como exames, vacinas, check-ups, exames de imagens e muito mais. Através da plataforma você terá acesso aos principais exames para controle da Dengue, inclusive a nova vacina Qdenga.