A dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, continua sendo um problema de saúde pública em diversas regiões do mundo. Apesar dos esforços para combater o mosquito transmissor, a doença ainda afeta milhões de pessoas anualmente.
A dengue é uma doença que acompanha o Brasil há muito tempo. Os primeiros registros da doença no país datam do final do século XIX em cidades como Curitiba e Niterói. No entanto, foi a partir da década de 1980 que a dengue se tornou um problema de saúde pública de grande magnitude, com a ocorrência de epidemias em diversas regiões do país. Essa disseminação acelerada da doença está relacionada a diversos fatores, como a urbanização desordenada, a falta de saneamento básico e a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Nos últimos anos, a dengue tem apresentado um aumento significativo no número de casos e óbitos no Brasil. Dados recentes do Ministério da Saúde apontam para um cenário preocupante, com milhões de casos confirmados e milhares de mortes. A pandemia da COVID-19, ao desviar recursos e atenção da saúde pública, contribuiu para o agravamento da situação. É fundamental que a sociedade como um todo se envolva no combate à dengue, adotando medidas de prevenção e buscando informações confiáveis sobre a doença.
Neste artigo, vamos abordar a importância da vacinação contra a dengue como uma das principais medidas preventivas, além de detalhar os exames laboratoriais para confirmar a doença e esclarecer dúvidas sobre a vacina, como sua composição, público-alvo e possíveis contraindicações.
A importância da vacinação contra a dengue
A vacina contra a dengue representa um avanço significativo na prevenção da doença. Ao estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos contra o vírus da dengue, ela ajuda a reduzir a gravidade dos sintomas e a prevenir complicações mais sérias, como a dengue hemorrágica.
Composição da vacina e público-alvo
A composição da vacina contra a dengue varia de acordo com o fabricante, mas geralmente inclui vírus da dengue atenuados (enfraquecidos) ou proteínas virais recombinantes. Essas substâncias induzem o organismo a produzir uma resposta imune eficaz contra o vírus.
Dentre as vacinas existentes no mercado hoje, duas se destacam pela eficácia:
QDenga
- Composição: A QDenga é uma vacina tetravalente, o que significa que ela oferece proteção contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4). Sua composição inclui vírus da dengue vivos atenuados, ou seja, vírus enfraquecidos que são capazes de induzir uma resposta imunológica sem causar a doença.
- Público-alvo: A QDenga é aprovada para uso em pessoas com idade entre 4 e 60 anos. Uma das suas principais vantagens é que ela pode ser administrada em pessoas que nunca tiveram dengue, diferentemente da Dengvaxia.
Dengvaxia
- Composição: A Dengvaxia também é uma vacina tetravalente, porém sua composição inclui vírus da dengue vivos atenuados.
- Público-alvo: A Dengvaxia era indicada para pessoas com idade entre 9 e 45 anos que já haviam tido pelo menos um episódio de dengue clinicamente confirmado. Essa restrição se deve ao fato de que a vacina pode aumentar o risco de dengue grave em pessoas que nunca foram infectadas pelo vírus da dengue.
Comparativo entre QDenga e Dengvaxia:
| Característica | QDenga | Dengvaxia |
| Composição | Vírus vivos atenuados | Vírus vivos atenuados |
| Público-alvo | 4 a 60 anos (inclui pessoas sem histórico de dengue) | 9 a 45 anos (somente para quem já teve dengue) |
| Número de doses | 2 doses | 3 doses |
| Intervalo entre doses | 3 meses | 6 meses |
No entanto, é importante ressaltar que:
- A eficácia e segurança das vacinas: Ambas as vacinas demonstraram eficácia na prevenção da dengue grave, mas a eficácia pode variar dependendo de fatores como a circulação dos diferentes sorotipos do vírus na região. É fundamental que as pessoas sigam as orientações médicas e completem o esquema vacinal para obter a máxima proteção.
- Contraindicações: Assim como qualquer vacina, a QDenga e a Dengvaxia podem ter contraindicações. Pessoas com alergia a algum componente da vacina, com sistema imunológico comprometido ou com doenças agudas devem consultar um médico antes de se vacinar.
- Outras medidas de prevenção: A vacinação é uma ferramenta importante, mas não substitui outras medidas de prevenção, como o combate ao mosquito transmissor (Aedes aegypti) e o uso de repelentes.
Dessa forma, tanto a QDenga quanto a Dengvaxia são ferramentas valiosas no combate à dengue, mas possuem características e indicações diferentes. A escolha da vacina mais adequada deve ser feita em conjunto com um profissional de saúde, levando em consideração o histórico de saúde de cada indivíduo e as recomendações das autoridades sanitárias.
Quem pode tomar a vacina?
A vacina contra a dengue é indicada para pessoas a partir de determinada idade, que varia de acordo com a recomendação do fabricante e das autoridades de saúde de cada país. Em geral, ela é recomendada para adultos e adolescentes que já tiveram dengue pelo menos uma vez. No entanto, é fundamental consultar um médico para avaliar cada caso individualmente e verificar se a vacina é adequada para você.
A vacina contra a dengue é segura para gestantes e pessoas com comorbidades?
Gestantes e pessoas com comorbidades devem ter cautela e consultar um médico antes de tomar a vacina contra a dengue. Em alguns casos, a vacina pode não ser recomendada ou podem ser necessárias precauções adicionais. É importante ressaltar que cada pessoa é única e a decisão de vacinar deve ser individualizada.
Exames diagnósticos para a dengue
O diagnóstico da dengue é feito por meio de exames laboratoriais, que podem detectar a presença do vírus no sangue. Os principais exames são:
- Teste rápido: Detecta antígenos do vírus da dengue e pode ser realizado nos primeiros dias da doença.
- Sorologia: Avalia a presença de anticorpos contra o vírus da dengue no sangue e pode confirmar o diagnóstico em diferentes fases da doença.
- RT-PCR: Detecta o material genético do vírus da dengue e é considerado o exame mais preciso para o diagnóstico precoce.
A vacina contra a dengue, em conjunto com outras medidas preventivas, como o combate ao mosquito transmissor e o uso de repelentes, é uma ferramenta importante para controlar a doença. No entanto, é fundamental buscar orientação médica para esclarecer todas as dúvidas e tomar a melhor decisão para a sua saúde e da sua família.
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