Início » Saúde e Bem-estar » Janeiro Roxo: campanha de conscientização e combate à hanseníase
Saúde e Bem-estar

Janeiro Roxo: campanha de conscientização e combate à hanseníase

Janeiro Roxo: campanha de conscientização e combate à hanseníase
O Janeiro Roxo é uma campanha de conscientização e combate à hanseníase, uma doença milenar que ainda afeta milhares de pessoas em todo o mundo.

O Janeiro Roxo tem como objetivo central a conscientização e combate a Hanseníase, uma doença que sempre foi cercada de preconceito e incompreensão ao longo dos séculos no mundo inteiro.

Em 2023, o Brasil registrou um aumento significativo nos casos de hanseníase, de acordo com informações da Agência Brasil. Entre janeiro e novembro, foram diagnosticados pelo menos 19.219 novos casos da doença, o que representa um aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2022.

A Campanha Janeiro Roxo busca informar a população sobre as causas, sintomas, exames, tratamentos e cuidados necessários para lidar com essa enfermidade.

Origem da campanha

A campanha Janeiro Roxo teve início para coincidir com o aniversário do médico norueguês Gerhard Armauer Hansen, que descobriu o bacilo Mycobacterium leprae, causador da hanseníase, em 1873. Desde então, o mês de janeiro foi escolhido para conscientizar as pessoas sobre a importância de combater essa doença e eliminar o estigma que a rodeia.

O que é hanseníase e suas causas

A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Ela afeta principalmente a pele, nervos periféricos e mucosas, e pode levar a sérias deformidades e incapacidades se não for tratada precocemente.

A doença é transmitida principalmente por meio do contato próximo e prolongado com uma pessoa infectada, mas não é altamente contagiosa. A predisposição genética e o sistema imunológico desempenham um papel importante na suscetibilidade à infecção.

Somando os casos de dezembro de 2023 e os não reportados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o total de novos casos notificados em 2023 já chega a 4.212.

O coordenador Nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Faustino Pinto, ressaltou que o aumento nos diagnósticos de hanseníase no país não é surpreendente, devido à subnotificação de casos. No entanto, ele destacou que, paradoxalmente, o aumento de diagnósticos é inicialmente positivo, pois indica uma maior detecção da doença e, consequentemente, a possibilidade de tratamento adequado para os afetados.

Sintomas da hanseníase

Os sintomas da hanseníase podem variar de leves a graves e incluem:

  • manchas na pele com perda de sensibilidade,
  • dormência,
  • dor nos nervos,
  • fraqueza muscular
  • alterações nas mucosas, como o nariz e a garganta.

É importante ressaltar que a hanseníase tem um período de incubação longo, podendo levar anos para que os sintomas se manifestem.

Exames e diagnóstico da hanseníase

O diagnóstico da hanseníase é clínico, baseado na avaliação de um profissional de saúde, que observará os sintomas e realizará um exame de pele. Além disso, podem ser feitos exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico, como a baciloscopia, a histopatologia e a reação em cadeia da polimerase (PCR):

Baciloscopia:

A baciloscopia é um exame laboratorial usado para diagnosticar a hanseníase. Neste procedimento, amostras de material biológico, como secreções nasais, escarro, ou raspados de lesões cutâneas, são coletadas e examinadas sob um microscópio para identificar a presença de Mycobacterium leprae, a bactéria causadora da hanseníase.

Este exame é útil para determinar se o paciente está infectado com a bactéria e qual é a carga bacteriana, o que auxilia na classificação da doença em diferentes formas clínicas, como paucibacilar ou multibacilar.

Histopatologia:

A histopatologia é outro método de diagnóstico da hanseníase. Neste exame, é realizada uma biópsia de uma lesão da pele ou de um nervo afetado pelo paciente. A amostra de tecido é então processada, cortada em finas seções e corada para análise microscópica. O patologista examina as células e os tecidos sob o microscópio para identificar a presença de características específicas da hanseníase, como granulomas de células gigantes e a presença de Mycobacterium leprae. A histopatologia é especialmente útil quando o diagnóstico clínico não é conclusivo.

Reação em Cadeia da Polimerase (PCR):

A Reação em Cadeia da Polimerase, ou PCR (do inglês Polymerase Chain Reaction), é uma técnica molecular avançada usada no diagnóstico da hanseníase. Neste exame, pequenas quantidades de material genético da bactéria Mycobacterium leprae são amplificadas em laboratório. Isso permite a detecção sensível e específica do DNA da bactéria mesmo em casos com baixa carga bacteriana.

A PCR é especialmente útil em situações em que outros métodos de diagnóstico podem não ser conclusivos. É uma ferramenta importante para a identificação precisa da hanseníase e auxilia no acompanhamento da resposta ao tratamento.

Tratamento da hanseníase

Felizmente, a hanseníase é uma doença tratável e curável. O tratamento é realizado com antibióticos específicos, como a rifampicina, a dapsona e a clofazimina, geralmente em combinação. O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível para prevenir complicações e interromper a transmissão da doença. É fundamental seguir o tratamento completo, que pode durar vários meses.

Cuidados que os pacientes e familiares precisam ter

Após o início do tratamento, os pacientes precisam adotar alguns cuidados, como evitar o contato próximo com outras pessoas até que a doença não seja mais contagiosa, manter a higiene pessoal e cuidar de quaisquer feridas ou úlceras que possam surgir. Além disso, é importante realizar acompanhamento médico regular para monitorar o progresso e prevenir recidivas.

O principal objetivo da campanha Janeiro Roxo é conscientizar a população sobre a hanseníase, uma doença que, embora tratável, ainda afeta muitas pessoas no mundo. A informação é a chave para o combate a essa doença e para a eliminação do estigma associado a ela.

Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e cuidados apropriados, é possível vencer a hanseníase e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. Portanto, apoie a campanha Janeiro Roxo e contribua espalhando informações valiosas para a sua conscientização.

Conheça a CDB Medicina Diagnóstica

Venha conhecer a CDB Medicina Diagnóstica! Somos parte do grupo Alliança e estamos presentes em várias cidades pelo Brasil. Aqui, oferecemos uma variedade de serviços, como exames, vacinas, check-ups e exames de imagem. Conte com a confiança e segurança dos nossos laboratórios.