O Brasil tem vivenciado um aumento significativo de casos de doenças virais, como a MPOX e a catapora. Ambas as doenças apresentam sintomas semelhantes, o que pode dificultar o diagnóstico e gerar confusão entre a população.
A confusão entre MPOX e catapora tem gerado preocupação na comunidade médica e entre a população em geral. Casos recentes de diagnóstico errado e medidas de isolamento desnecessárias evidenciam a necessidade de informações precisas e atualizadas sobre ambas as doenças.
A MPOX e a catapora, apesar de compartilharem algumas características, são causadas por vírus diferentes e possuem particularidades que as distinguem. Entender essas diferenças é crucial para a adoção de medidas preventivas eficazes e para o tratamento adequado de cada caso.
O que é MPOX?
A MPOX é uma doença viral causada pelo vírus da família Poxviridae. Foi descoberta pela primeira vez em macacos, daí o nome “varíola dos macacos“, mas também pode infectar seres humanos.
Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a mudança do nome para MPOX, para evitar estigmas associados.
Sintomas da MPOX
Os sintomas da MPOX podem incluir:
- Febre alta
- Dor de cabeça
- Dores musculares
- Fadiga intensa
- Lesões cutâneas (bolhas cheias de líquido que evoluem para crostas)
Essas lesões, geralmente, começam no rosto e se espalham para outras partes do corpo, incluindo as palmas das mãos e solas dos pés.
Transmissão da MPOX
A transmissão da MPOX, anteriormente chamada de varíola dos macacos, é uma das principais preocupações em surtos recentes, pois o vírus pode se espalhar de várias formas, tanto de animais para humanos quanto entre pessoas. Conhecer as vias de transmissão é essencial para controlar a disseminação da doença.
Transmissão de animais para humanos
A MPOX é uma zoonose, o que significa que pode ser transmitida de animais para humanos. O vírus *Monkeypox* foi inicialmente identificado em macacos, mas estudos mostram que pequenos mamíferos, como roedores e esquilos, podem ser os reservatórios primários do vírus na natureza.
Contato com animais infectados: A infecção pode ocorrer através de mordidas ou arranhões de animais infectados ou pelo manuseio inadequado de carne de caça contaminada. O contato direto com fluidos corporais ou lesões cutâneas de animais infectados também é uma forma comum de transmissão.
Consumo de carne contaminada: O consumo de carne mal cozida de animais selvagens infectados (especialmente em áreas onde a prática de caça é comum) representa um risco elevado. Essa prática está mais associada a regiões da África, onde a doença é endêmica.
Transmissão de humano para humano
Embora menos comum do que a transmissão zoonótica, a transmissão de pessoa para pessoa também pode ocorrer e, em surtos recentes, tem sido uma das principais formas de disseminação.
- Contato direto com lesões: O contato com as lesões cutâneas de uma pessoa infectada é uma das formas mais eficazes de transmissão. O vírus está presente nas erupções e bolhas típicas da MPOX, que liberam partículas virais até cicatrizarem completamente.
- Fluidos corporais: O contato com fluidos corporais, como sangue, saliva, urina e secreções respiratórias, pode transmitir o vírus. Isso pode ocorrer em situações de contato próximo, como durante cuidados de saúde ou em interações íntimas.
- Gotículas respiratórias: A MPOX pode se espalhar por meio de gotículas respiratórias expelidas durante a fala, tosse ou espirro. No entanto, essa forma de transmissão requer interações prolongadas face a face, como em ambientes domésticos, ou em situações de contato direto prolongado, como relações íntimas.
- Objetos contaminados: Objetos que entraram em contato com fluidos corporais ou lesões de uma pessoa infectada, como roupas, roupas de cama ou toalhas, também podem transmitir o vírus. Por isso, a desinfecção de superfícies e o manuseio cuidadoso de itens pessoais são importantes medidas preventivas.
Transmissão em ambientes de saúde
Profissionais de saúde estão em risco de contrair MPOX se não tomarem as devidas precauções. O contato direto com pacientes infectados ou o manuseio inadequado de amostras clínicas podem resultar em infecções.
Por esse motivo, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como máscaras, luvas e aventais, é altamente recomendado para evitar a propagação do vírus em hospitais e clínicas.
Transmissão em relações sexuais
Nos surtos mais recentes, foi observada uma tendência de transmissão durante relações íntimas, especialmente entre homens que fazem sexo com homens (HSH), o que gerou uma preocupação particular em determinados grupos populacionais. No entanto, é importante ressaltar que qualquer pessoa em contato próximo com um infectado pode contrair a doença, independentemente da orientação sexual.
Prevenção da transmissão
Para prevenir a transmissão da MPOX, é fundamental adotar medidas como:
- Isolamento de pessoas infectadas: A quarentena dos infectados é crucial para limitar a propagação da doença.
- Higiene das mãos: Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar álcool em gel, especialmente após contato com pessoas doentes.
- Uso de EPI: Para profissionais de saúde, o uso de equipamentos de proteção individual em ambientes clínicos e durante o manuseio de amostras é indispensável.
- Vacinação: Embora não exista uma vacina específica para MPOX, a vacina contra a varíola humana (smallpox) pode fornecer uma proteção cruzada significativa.
Essas medidas são essenciais para evitar surtos de MPOX, especialmente em regiões não endêmicas, onde a população tem menos imunidade ao vírus.
O que é catapora?
A catapora, ou varicela, é uma infecção viral altamente contagiosa causada pelo vírus varicela-zoster. É comum em crianças, mas pode afetar adultos não imunizados. Embora tenha sintomas leves na maioria dos casos, em adultos ou pessoas com o sistema imunológico comprometido, pode ser mais grave.
Sintomas da catapora
Os principais sintomas da catapora são:
- Febre leve
- Mal-estar geral
- Erupção cutânea que se transforma em pequenas bolhas, seguidas de crostas
- Coceira intensa nas áreas afetadas
Ao contrário da MPOX, as lesões da catapora geralmente aparecem primeiro no tronco e no couro cabeludo, antes de se espalharem para o resto do corpo.
Transmissão da catapora
A transmissão da catapora ocorre principalmente através de gotículas respiratórias de pessoas infectadas. O contato direto com as bolhas também pode espalhar o vírus, especialmente para pessoas que nunca tiveram catapora ou não foram vacinadas.
Diferenças entre MPOX e catapora
Causas virais
- MPOX: Causada pelo vírus da família *Poxviridae*.
- Catapora: Causada pelo vírus varicela-zoster, da família *Herpesviridae*.
Distribuição das lesões
- MPOX: As lesões começam no rosto e podem se espalhar para as mãos e pés.
- Catapora: As erupções surgem inicialmente no tronco e no couro cabeludo, depois se espalham.
Transmissão
- MPOX: Pode ser transmitida pelo contato direto com lesões, fluidos corporais ou gotículas respiratórias em interações próximas.
- Catapora: Geralmente transmitida por gotículas respiratórias e contato direto com as erupções.
Gravidade
- MPOX: Pode causar sintomas mais graves e duradouros, principalmente em pessoas imunocomprometidas ou em áreas com acesso limitado a tratamentos.
- Catapora: Geralmente, apresenta sintomas leves em crianças, mas pode ser grave em adultos ou em indivíduos com sistema imunológico comprometido.
Tratamento e prevenção
MPOX
A MPOX não possui um tratamento específico, mas os sintomas podem ser tratados com medicações para dor, febre e hidratação. A vacinação contra a varíola pode oferecer alguma proteção, e o isolamento é essencial para evitar a transmissão.
Catapora
A catapora pode ser prevenida com a vacina contra varicela, que é altamente eficaz. O tratamento inclui medicações antivirais (em casos graves) e medidas para aliviar os sintomas, como o uso de loções e medicamentos para coceira e febre.
Embora a MPOX e a catapora possam parecer semelhantes à primeira vista devido às erupções cutâneas, são doenças causadas por vírus diferentes e possuem características distintas.
Compreender as diferenças é essencial para um diagnóstico correto e para garantir a prevenção e o tratamento adequados.
Ficar atento aos sintomas e buscar ajuda médica ao menor sinal de infecção é fundamental para evitar complicações e a disseminação dessas doenças.
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