A hepatite é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracterizada pela inflamação do fígado. Essa inflamação pode ser causada por infecções virais, uso excessivo de álcool, medicamentos, doenças autoimunes ou outras condições médicas.
Os sintomas variam de leves a graves e, em alguns casos, a hepatite pode evoluir para complicações como cirrose hepática, insuficiência hepática e câncer de fígado.
Devido à diversidade de causas e tipos, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da hepatite são fundamentais para evitar danos permanentes ao fígado.
Existem exames laboratoriais e de imagem que ajudam na identificação da doença, e o tratamento varia conforme o tipo de hepatite e seu estágio.
Neste artigo, vamos explicar o que é hepatite, suas principais causas, os tipos mais comuns, formas de prevenção, tratamento e os exames mais indicados para o diagnóstico.
O que é hepatite?
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser aguda (curta duração) ou crônica (persistente por mais de seis meses).
O fígado é um órgão vital responsável por funções como a metabolização de nutrientes, produção de proteínas essenciais e desintoxicação do organismo. Quando ele é afetado por inflamação, seu funcionamento pode ser comprometido.
Tipos de hepatite
Existem diversos tipos de hepatite, classificados principalmente de acordo com sua causa:
- Hepatite viral: causada por vírus como o A, B, C, D e E.
- Hepatite medicamentosa: provocada pelo uso prolongado ou inadequado de medicamentos.
- Hepatite alcoólica: resultante do consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
- Hepatite autoimune: causada por uma resposta inadequada do sistema imunológico contra o próprio fígado.
- Hepatite tóxica: desencadeada pela exposição a substâncias químicas tóxicas.
Cada tipo possui características específicas, o que influencia diretamente na abordagem terapêutica e no prognóstico do paciente.
Causas da hepatite
As causas da hepatite são variadas e, em muitos casos, podem estar relacionadas a fatores de risco específicos. Conhecer as causas é fundamental para prevenir e identificar a doença precocemente.
Hepatite viral
A forma mais comum de hepatite no mundo é a viral. Ela é causada por diferentes tipos de vírus hepatotrópicos:
- Hepatite A (HAV): transmitida por via fecal-oral, geralmente por ingestão de água ou alimentos contaminados. É comum em locais com saneamento básico precário.
- Hepatite B (HBV): transmitida por contato com sangue contaminado, relações sexuais desprotegidas e de mãe para filho durante o parto.
- Hepatite C (HCV): comumente transmitida por transfusões de sangue (antes da triagem obrigatória) e uso de objetos cortantes contaminados.
- Hepatite D (HDV): ocorre somente em pessoas já infectadas pelo vírus da hepatite B.
- Hepatite E (HEV): semelhante à hepatite A, com transmissão fecal-oral.
Hepatite medicamentosa
Certos medicamentos podem causar inflamação no fígado, especialmente quando utilizados em doses elevadas ou por tempo prolongado.
Entre os principais fármacos relacionados estão o paracetamol, alguns antibióticos, estatinas e medicamentos para tuberculose.
Hepatite alcoólica
O consumo excessivo e contínuo de álcool pode levar a alterações inflamatórias no fígado. A hepatite alcoólica é mais frequente em pessoas que fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas por anos.
Hepatite autoimune
Neste tipo de hepatite, o próprio sistema imunológico ataca as células do fígado. A causa exata ainda não é totalmente conhecida, mas fatores genéticos e ambientais parecem estar envolvidos.
Sintomas da hepatite
Os sintomas da hepatite podem variar conforme o tipo e a gravidade da inflamação. Muitas vezes, principalmente nos estágios iniciais, a doença pode ser assintomática. Quando presentes, os sintomas mais comuns incluem:
- Cansaço excessivo;
- Febre;
- Náuseas e vômitos;
- Urina escura;
- Fezes claras;
- Dor abdominal, especialmente do lado direito;
- Icterícia (pele e olhos amarelados);
- Perda de apetite.
Na hepatite crônica, os sintomas podem se manifestar de forma mais leve e insidiosa, tornando o diagnóstico mais difícil sem exames laboratoriais.
Como é feito o diagnóstico da hepatite?
O diagnóstico da hepatite envolve avaliação clínica, exames laboratoriais e, em alguns casos, exames de imagem ou biópsia hepática.
O objetivo é identificar o tipo de hepatite, seu estágio e o grau de comprometimento do fígado.
Exames laboratoriais
- Exames de sangue (hemograma): incluem dosagem de enzimas hepáticas (TGO, TGP, GGT), bilirrubinas, albumina e tempo de protrombina.
- Sorologias virais: detectam anticorpos ou antígenos específicos dos vírus A, B, C, D e E.
- PCR para hepatite C: quantifica a carga viral e confirma infecção ativa.
- Autoanticorpos: ajudam a identificar hepatite autoimune.
Exames de imagem
- Ultrassonografia abdominal: avalia o tamanho e a textura do fígado, presença de lesões ou sinais de cirrose.
- Elastografia hepática (FibroScan): mede a rigidez do fígado, útil para avaliar fibrose.
- Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM): indicadas em casos mais complexos ou suspeita de tumores.
Biópsia hepática
Em casos selecionados, a biópsia do fígado pode ser necessária para avaliar o grau de inflamação e fibrose hepática, principalmente em pacientes com hepatite crônica.
Tratamento da hepatite
O tratamento da hepatite depende do tipo, da gravidade e da causa da inflamação hepática. Em muitos casos, o tratamento visa controlar os sintomas, eliminar o vírus e evitar a progressão para formas mais graves da doença.
Hepatite A & E
Ambas têm curso autolimitado e não requerem antivirais. O tratamento é sintomático, com repouso, hidratação e controle dos sintomas.
Hepatite B
Em casos agudos, geralmente é autolimitada. Na forma crônica, o tratamento pode incluir antivirais como o tenofovir ou entecavir, que reduzem a carga viral e o risco de complicações.
Hepatite C
O tratamento atual consiste no uso de antivirais de ação direta (DAAs), com altas taxas de cura (superiores a 95%). Os medicamentos mais comuns incluem sofosbuvir, velpatasvir, glecaprevir e pibrentasvir.
Hepatite autoimune
O tratamento envolve o uso de imunossupressores, como corticoides (prednisona) e azatioprina. O objetivo é reduzir a resposta imunológica que está agredindo o fígado.
Hepatite alcoólica e medicamentosa
A principal conduta é a retirada do agente causador (álcool ou medicamento). Em casos graves, podem ser necessários corticóides e acompanhamento intensivo.
Prevenção da hepatite
A prevenção da hepatite é possível, especialmente nos tipos virais. As principais medidas incluem:
Vacinação
- Hepatite A e B: possuem vacinas eficazes e disponíveis no SUS. A vacina da hepatite B é oferecida a todos os recém-nascidos.
- Hepatite C, D & E: ainda não possuem vacinas disponíveis.
Medidas de higiene e comportamento
- Lavar bem as mãos e alimentos;
- Evitar consumo de água não tratada;
- Usar preservativo nas relações sexuais;
- Não compartilhar seringas, agulhas ou objetos cortantes;
- Exigir material descartável em salões de beleza, estúdios de tatuagem e clínicas médicas.
Quando procurar um médico?
É importante procurar atendimento médico ao apresentar sintomas como cansaço persistente, icterícia, dor abdominal ou após exposição a situações de risco (como relação sexual desprotegida ou uso compartilhado de seringas).
A hepatite pode ser silenciosa e somente um profissional de saúde poderá indicar os exames adequados para diagnóstico e tratamento.
A hepatite é uma doença séria, mas que pode ser controlada e até curada, dependendo do tipo e da gravidade. A prevenção é a melhor forma de evitar complicações, e isso inclui vacinação, hábitos saudáveis e diagnóstico precoce.
Estar atento aos sintomas, realizar exames periódicos e manter acompanhamento médico são atitudes fundamentais para proteger a saúde do fígado.
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