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Blues puerperal e depressão pós-parto: como identificar e tratar

Blues puerperal e depressão pós-parto: como identificar e tratar
A chegada de um novo membro na família é geralmente motivo de festa e normalmente se trata de uma ocasião bastante celebrada. Entretanto, em alguns casos, doenças relacionadas à saúde mental da mais nova mãe podem trazer transtornos a esse ambiente familiar. Nesse contexto, os quadros de Blues Puerperal e Depressão Pós-Parto se destacam.

O período após o parto, também chamado de puerpério, é um período bastante complexo: além da nova rotina em função da chegada de uma criança, a mulher é bombardeada por mudanças corporais, especialmente hormonais. Nesse contexto, quadros de humor deprimido podem surgir, sendo os principais chamados de blues puerperal e depressão pós-parto.

Blues Puerperal

O blues puerperal é um quadro que pode surgir logo no início do puerpério, em geral nos primeiros 7-10 dias após o parto.

Suas principais características são:

  • labilidade emocional (mudança abrupta de humor)
  • Choro imotivado
  • Insônia
  • Irritabilidade
  • Dificuldade de concentração

O blues puerperal é um quadro muito frequente, que pode afetar mais de 50% das puérperas. São fatores de risco, isso é, fatores que aumentam a chance de quadro de blues: gestação de alto risco, quadro prévio de depressão, puerpério do primeiro filho, dentro outros. Do ponto de vista hormonal, acredita-se que a redução abrupta dos hormônios da gravidez possa estar relacionada ao desenvolvimento do quadro.

A boa notícia é que, se por um lado o blues é um quadro comum, por outro ele tende a ser passageiro e não tende a afetar a funcionalidade da puérpera para execução de seus afazeres diários.

Depressão pós-parto

A Depressão Pós-Parto (DPP) é um quadro clínico que pode ser mostrar grave e que requer acompanhamento médico especializado (psiquiatria). A DPP pode exigir uso de medicação. É um quadro que pode atingir cerca de 10 a 15% das puéroeras e que se manifesta geralmente entre 2-6 semanas após o parto. Esse é um quadro que afeta todo o núcleo familiar e afeta a qualidade de vida de todos os envolvidos.

Suas principais características são:

  • Humor depressivo
  • Prejuízo de concentração
  • Isolamento social
  • Pensamentos de morte
  • Culpa (esse é um sintoma característico. A mãe pode se culpar por acreditar que deveria estar feliz nesse momento)
  • Desinteresse pelo bebê

As consequências de uma DPP não tratada podem ser severas, e incluem: redução dos períodos de amamentação, risco de cronoficar o quadro depressivo e prejuízo do vínculo mãe-filho.

Cabe também lembrar que a ocorrência de blues é um fator de risco para o desenvolvimento de DPP.

Os quadros depressivos no puerpério devem sempre ser inicialmente investigados pelo médico obstetra em consulta pós-parto. Caso seja necessário, ele pode iniciar o tratamento e/ou fazer o encaminhamento para outros profissionais como psicólogos e psiquiatras. Não deixe de levar essas queixas ao seu médico!


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